“Recordando os tempos negros, de São
João dos Patos, agente se torna mestre em contar a sua historia porque uma
cidade é a professora do homem, principalmente se estivesse sentado no rodapé
do pé de figueira, a arvore que debaixo de sua sombra formatava os políticos do
amanha.”
De repente eu olho pela imensa janela da minha imaginação e
recordo ai viajo. fui ao bairro da
lavanderia. O bairro onde nasci e vivi uma grande parte da minha história. Ali
aprendi muito. Tive as minhas primeiras lições, aprendi com a cartilha do povo,
as primeiras contas e os primeiros grandes mestres da minha vida. Impossível
deixar esse bairro fora das minhas emoções. Ele ainda guarda algumas ruas com
ares da década de sessenta, e andando um pouquinho agente se depara com as
quintas do mestre Clóvis Veloso e debaixo do pé de jatobá agente ouvia a
historia contada pelo poeta popular, o Parteiro das mulheres pobres, eita tempo
bom.
da imensa janela de meus sentimentos enxergávamos a Matriz de São João Batista. Eu olhava para ela com muita freqüência, sobretudo na época em que as chaminés das usinas de babaçu jogava fumaça no céu de São João dos Patos. A fé me impulsava a ter esperança de dias melhores no meu velho torrão, nos rostos das bordadeiras e das quebradeiras de coco eu via o rosto de uma sociedade esperançada, depois de tantas dores no corpo e na alma. A Praça da matriz tinha a cara da cidadania, da busca do Estado de Direito, das vontades que afloravam nos nossos rostos, e principalmente fé de dias melhores, muitos ainda tão ingênuos, outros mais experimentados, outros sofridos, outros com fome de pão e de beleza... mas eram rostos. E tudo se misturava em uma só fé de tempos melhores.
Da janela da nossas humildes residências feita de adobe, era possível se respirar a cidade sem poluição , até porque se via a fumaça da chaminés da usina de babaçu, com aquele cheiro característico, nas margens da lagoa dos patos, e quando dava meio dia a sirene tocava, era o relógio dos pobres, a reciclagem naquela época já existia, mas ninguém sabia, aproveitava-se a matéria prima do babaçu, do bago esmagados se extrai óleo que ia para o sul do país, o resto se transformava em ração e a casca se transformava em carvão. O Bairro da lavanderia tem a Alma doce, era a antiga papa fogo, aonde dona Nôca ergueu um barracão para abrigar os cearenses, paraibanos que fugiam da seca do sertão.
da imensa janela de meus sentimentos enxergávamos a Matriz de São João Batista. Eu olhava para ela com muita freqüência, sobretudo na época em que as chaminés das usinas de babaçu jogava fumaça no céu de São João dos Patos. A fé me impulsava a ter esperança de dias melhores no meu velho torrão, nos rostos das bordadeiras e das quebradeiras de coco eu via o rosto de uma sociedade esperançada, depois de tantas dores no corpo e na alma. A Praça da matriz tinha a cara da cidadania, da busca do Estado de Direito, das vontades que afloravam nos nossos rostos, e principalmente fé de dias melhores, muitos ainda tão ingênuos, outros mais experimentados, outros sofridos, outros com fome de pão e de beleza... mas eram rostos. E tudo se misturava em uma só fé de tempos melhores.
Da janela da nossas humildes residências feita de adobe, era possível se respirar a cidade sem poluição , até porque se via a fumaça da chaminés da usina de babaçu, com aquele cheiro característico, nas margens da lagoa dos patos, e quando dava meio dia a sirene tocava, era o relógio dos pobres, a reciclagem naquela época já existia, mas ninguém sabia, aproveitava-se a matéria prima do babaçu, do bago esmagados se extrai óleo que ia para o sul do país, o resto se transformava em ração e a casca se transformava em carvão. O Bairro da lavanderia tem a Alma doce, era a antiga papa fogo, aonde dona Nôca ergueu um barracão para abrigar os cearenses, paraibanos que fugiam da seca do sertão.
Caminhar pelas ruas de paralelepípedo da rua da cajazeira é
estar em paz com a memória, é manter vivo um saudosismo sem dor, mas com
orgulho de ser Patoense e mantendo a alegria em reinventar a história, dos
tempos dos Alixeiros e Xeleleu, eita tempo bom, os tempos hoje são outros.